sábado, 7 de julho de 2007

A moeda da hotelaria

Diário Catarinense ; Moacir Pereira ; 7/7/2007

O novo documento enviado pelo juiz federal Zenildo Bodnar à Câmara de Florianópolis, incluindo, pela primeira vez, o prefeito Dário Berger na Operação Moeda Verde, está transformado no novo fato político. No centro de tudo, as informações contidas nas gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal.

Nelas, há uma sucessão de diálogos entre Juarez Silveira, Marcílio Ávila, Fernando Marcondes de Mattos, Michel Curi e Dário Berger sobre a aprovação da Lei Complementar 270/07, que concede incentivos fiscais à hotelaria.

Em contrapartida, de acordo com Juarez Silveira, Marcondes de Mattos teria feito doação de R$ 500 mil para a campanha do deputado federal Djalma Berger, eleito pelo PSDB e hoje presidente estadual do PSB.

O empresário emitiu nota negando que tenha, em algum momento, feito qualquer contribuição aos irmãos Berger. Reitera sua posição favorável aos estímulos fiscais para proteger a rede hoteleira.

A citação feita ao prefeito e o conteúdo das conversas provocaram impacto político na Câmara. Viraram o assunto principal da cidade. O presidente, Ptolomeu Bittencourt, pediu parecer da Procuradoria para saber quais medidas tomar.

A hipótese de instauração de um processo específico contra o prefeito não está descartada. Sobre os vereadores Juarez Silveira e Marcílio Ávila, o Legislativo já adotou providências, cassando os mandatos.

O presidente da CPI da Moeda Verde, Jaime Tonello, considera inevitável o depoimento de Dário Berger. Ao embarcar para Lisboa, o prefeito disse que foi grampeado durante nove meses e que não há crime que o envolva. E colocou-se à disposição da CPI e da Câmara para depor na volta da Europa.

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